Câncer Colorretal: incidência, prevenção e diagnóstico*

Set2015

O câncer Colorretal tem uma grande incidência em nosso país, figurando como terceiro tipo de câncer que mais acomete a população brasileira, de acordo com levantamento do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

A proporção da doença é balanceada entre homens e mulheres. Segundo as  estimativa de novos casos do INCA**, a proporção é de  15.070 casos em homens e 17.530 em mulheres.

Alguns hábitos podem desencadear este tipo de tumor e aumentar o risco da doença, como uma má alimentação, com muitos embutidos e enlatados, dieta rica em gordura, carne e baixa em cálcio, sedentarismo, tabagismo e etilismo.

Além destes, há grande incidência da doença em alguns grupos étnicos, quem tem doenças inflamatórias intestinais como Retocolite ulcerativa e a doença de Crohn. Doenças hereditárias como a polipose familiar também aumentam a chance de desenvolver esse tipo de câncer. Geralmente a doença evolui de um pólipo, que sofre alterações (mutações) levando a uma célula maligna, originando o câncer.

Há estudos que comprovam que uma alimentação saudável com fibras, frutas, legumes, laticíneos (cálcio) e exercícios físicos ajudam na prevenção, além de usos de anti-inflamatórios ou AAS (não indicados seu uso rotineiros).

Um fator agravante nesse caso é que geralmente o paciente procura o médico quando a doença já está  em estágio avançado. O que contribui muitas vezes para essa consulta tardia é a vergonha por ter que fazer o toque retal e/ou a colonoscopia/retoscopia.

Se a lesão ocorrer no reto médio, alto ou colon, geralmente não pode-se palpá-lo ao toque, sendo  necessário outros exames,  como a colonoscopia. Por meio deste exame é possível fazer também um diagnóstico precoce. Para isto, é preciso que o paciente observe algumas mudanças no organismo, como verificar sangramento nas fezes, alteração do hábito intestinal como textura e periodicidade (diarréia ou constipação).

Muitas vezes o paciente apresenta dor abdominal intensa além da mudança no hábito intestinal, porém, alguns queixam-se apenas de perda ponderal ou anemia, sem outras sintomas evidentes. Em alguns casos, o paciente realiza uma cirurgia de emergência devido a uma perfuração ou obstrução intestinal descobrindo seu diagnóstico neste momento, sendo este fator um indicativo de que o estágio da doença já encontra-se avançado.

Sempre realizamos o estadiamento do paciente para que se possa programar o tratamento. Para o câncer de colon, em estágios iniciais, na maioria dos casos consiste de cirurgia seguida de quimioterapia. Quando a lesão é no reto, pode-se fazer a radioterapia concomitante com quimioterapia antes do procedimento cirúrgico para que se possa diminuir o tumor e depois complementar o tratamento dependendo de sua resposta.

Quanto mais precoce o diagnóstico, maior será a sobrevida e qualidade de vida do paciente. Se descoberto no estágio clinico I, geralmente se faz apenas a cirurgia. Neste estágio a sobrevida é de aproximadamente 95%; No estágio II, o médico já analisa os prós e contras em fazer ou não uma quimioterapia após a cirurgia. A sobrevida gira em torno de 80-85%; Nos estágios III e IV, faz-se a quimioterapia e a sobrevida é de 60% no estágio III e 20% no estágio IV. Neste último estágio, o tumor á apresenta metástase.

O tratamento do câncer  colorretal está mais individualizado, pois realiza-se testes genéticos para pacientes avançados observando se o gene sofreu mutação ou não, indicando assim drogas alvo concomitante à quimioterapia.

Seria ideal que a partir dos 50 anos todos fizessem a colonoscopia como forma de rastreamento, pois é nesta faixa etária que costuma aparecer este tipo de câncer. Se o paciente possuir algum fator de risco e antecedentes familiares, deve-se investigar precocemente.

 

*Dr. Adriano Gaeta

** http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/colorretal

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